domingo, 20 de maio de 2018

Ao Domingo Há Música

E por Vezes
E por vezes as noites duram meses 
E por vezes os meses oceanos 
E por vezes os braços que apertamos 
nunca mais são os mesmo  E por vezes 

encontramos de nós em poucos meses 
o que a noite nos fez em muitos anos 
E por vezes fingimos que lembramos 
E por vezes lembramos que por vezes 

ao tomarmos o gosto aos oceanos 
só o sarro das noites não dos meses 
lá no fundo dos copos encontramos 

E por vezes sorrimos ou choramos 
E por vezes por vezes ah por vezes 
num segundo se evolam tantos anos 
David Mourão-Ferreira,  Matura Idade

Os poetas  sabem como desenhar  a memória do tempo , em poemas que se enchem de pedaços que são  nossos.  Construídos na fugacidade do tempo,  foram  tempo de sorrisos  e, por vezes,  tempo de mágoa. Tempo ora  vivido, ora sonhado. Mas Tempo.
Há quem o saiba cantar de jeito diverso. Procurámos nomes portugueses à luz dos nossos  dias. 
Ei-los,  numa lista para se redescobrir com tempo. 

Mariza , em " O Tempo Não Para"

Salvador Sobral, em "Nem eu".
Marco Rodrigues , em "O Tempo".
José Cid e Susana Félix, em " Por vezes".

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