segunda-feira, 5 de março de 2018

A festa do cinema : os Óscares de 2018

“A Forma da Água” ganha o Óscar de Melhor Filme
Prémios de cinema norte-americanos passam mensagem de diversidade numa noite que não teve vencedores destacados.
Por Mário Rui Vieira
Jornalista
"A Forma da Água" ganhou o Óscar de Melhor Filme esta noite no Dolby Theater, em Hollywood. O filme arrecadou ao todo quatro prémios, rendendo a Guillermo Del Toro o seu primeiro Óscar de Melhor Realizador e ultrapassando a concorrência também nas categorias de Melhor Banda Sonora e Melhor Direcção de Arte.
Logo atrás ficou "Dunkirk", que venceu em três categorias técnicas: Melhor Montagem, Melhor Edição de Som e Melhor Mistura de Som. O filme de animação "Coco" destacou-se como Melhor Filme de Animação e como vencedor do prémio de Melhor Canção Original ('Remember Me'). "Blade Runner 2049", "Três Cartazes à Beira da Estrada" e "A Hora Mais Negra" também foram distinguidos com dois prémios cada.
Veja  a lista completa de vencedores e leia também um resumo da gala.

Melhor Filme “A Forma da Água”
Melhor Realizador Guillermo Del Toro, "A Forma da Água"
Melhor Actriz Frances McDormand, “Três Cartazes à Beira da Estrada”
Melhor Actor Gary Oldman, “A Hora Mais Negra”
Melhor Actriz Secundária Allison Janney - “Eu, Tonya”
Melhor Actor Secundário Sam Rockwell, “Três Cartazes à Beira da Estrada”
Melhor Argumento Original Jordan Peele, “Foge”
Melhor Argumento Adaptado James Ivory, “Chama-me pelo teu Nome”
Melhor Banda Sonora - “A Forma da Água”, Alexandre Desplat
Melhor Canção - 'Remember Me', Coco
Melhor Filme Estrangeiro, “Uma Mulher Fantástica”, Sebastián Lelio (Chile)
Melhor Filme de Animação, “Coco”, Lee Unkrich e Darla K. Anderson
Melhor Documentário em Longa-Metragem, “Icarus”, Bryan Fogel e Dan Cogan
Melhor Documentário em Curta-Metragem, “Heaven is a Traffic Jam on the 405”, Frank Stiefel
Melhor Curta-Metragem “The Silent Child”, Chris Overton e Rachel Shenton
Melhor Curta-Metragem de Animação “Dear Basketball”, Glen Keane e Kobe Bryant
Melhor Fotografia “Blade Runner 2049”, Roger Deakins
Melhor Edição de Som “Dunkirk”, Richard King e Alex Gibson
Melhor Mistura de Som “Dunkirk”, Mark Wingarten, Gregg Landaker e Gary A. Rizzo
Melhor Direcção de Arte “A Forma da Água”, Paul Denham Austerberry, Shane Vieau e Jeff Melvin
Melhor Caracterização “A Hora Mais Negra”, David Malinowski, Lucy Sibbick e Kazuhiro Tsuji
Melhor Guarda-Roupa “Linha Fantasma”, Mark Bridges
Melhor Montagem “Dunkirk”, Lee Smith
Melhores Efeitos Visuais “Blade Runner 2049”, Gerd Nefzer, John Nelson, Paul Lambert e Richard Hoover

Depois do discurso de abertura do anfitrião Jimmy Kimmel, com as habituais tiradas humorísticas, “recados” aos grandes vilões do último ano - Harvey Weinstein, Donald Trump e Mike Pence - e exaltação dos movimentos femininos #metoo e #timesup, movimentos pela igualdade e pelo controlo de armas, a cerimónia começou com uma primeira vitória para “Três Cartazes à Beira da Estrada”. Sam Rockwell recebeu a estatueta de Melhor Actor Secundário das mãos de Viola Davis e agradeceu aos outros nomeados por serem uma inspiração. Foi a sua primeira nomeação e, claro, o seu primeiro Óscar.
A primeira surpresa da noite chegou momentos depois, com “Icarus” a ganhar o prémio de Melhor Documentário em Longa-Metragem e não “Olhares Lugares” de Agnès Varda, o grande favorito. Allison Janney, por seu lado, era a grande favorita e venceu na categoria de Melhor Actriz Secundária pelo seu papel em “Eu, Tonya”, filme baseado na vida da patinadora artística Tonya Harding.
Salma Hayek, Ashley Judd, Salma Hayek e Annabella Sciorra, três das dezenas de mulheres que acusaram o produtor Harvey Weinstein de assédio sexual, subiram ao palco para falar sobre questões sociais, deixando uma mensagem de igualdade.
“Chama-me Pelo Teu Nome” recebeu o primeiro prémio da noite pelas mãos do octagenário James Ivory: Melhor Argumento Adaptado. O cineasta agradeceu ao autor do livro e ao realizador. Jordan Peele subiu também ao palco para agradecer o Óscar de Melhor Argumento Original por “Foge”. Após 14 nomeações, Roger Deakins recebeu o Óscar de Melhor Fotografia por “Blade Runner 2046”... E por esta altura já se percebia a grande diversidade entre os vencedores.
Eddie Vedder, líder dos Pearl Jam, protagonizou um dos momentos mais emocionantes da noite com uma versão de ‘Room at the Top’ de Tom Petty a musicar o “in memoriam”, sequência que recorda os profissionais do mundo do cinema que morreram no último ano.
Guillermo del Toro venceu o Óscar de Melhor Realizador por “A Forma da Água” e dedicou, emocionado, o primeiro dos seus dois discursos aos profissionais imigrantes nos Estados Unidos. Gary Oldman recebeu, sem grandes surpresas, o seu primeiro Óscar de Melhor Actor por “A Hora Mais Negra” e Frances McDormand, também como se previa, o segundo de Melhor Actriz por “Três Cartazes à Beira da Estrada”, 22 anos depois de “Fargo”. O discurso da actriz foi o mais efusivo e emocionante da noite: pediu a todas as mulheres nomeadas para se levantarem e disse “todas temos histórias para contar. Temos projectos para vos apresentar”, apelando à inclusão.
Warren Beatty e Faye Dunaway regressaram ao local do crime, um ano depois do maior engano da história dos Óscares, para apresentar o maior prémio da noite, o de Melhor Filme... e desta vez sem erros. “A Forma da Água” tinha 13 nomeações e saiu do Dolby Theater com quatro estatuetas douradas." Mário Rui Vieira, Revista Blitz

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