segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O nosso Mundo


O Documentário "Before The Flood", com  Leonardo DiCaprio,  trata de questões ambientais e mudanças climáticas que afectam o Mundo e o destruirão se não forem tomadas medidas preventivas.
O filme integral poderá ser visto aqui.

domingo, 30 de outubro de 2016

Ao Domingo Há Música

   
   Le sel de la terre est le plaisir qu'on éprouve à faire plaisir  à quelqu'un.
                                                                    Henry de Montherlant                                                
Há cantores que nunca envelhecem. Permanecem em actividade. Compondo, cantando e deleitando-nos com a sua Arte. 
Acaba de ser distinguido  Charles Aznavour com uma estrela no Passeio da Fama. Tem 92 anos e vem em Dezembro a Portugal para um grande concerto. 
Leonard Cohen publicou um novo Álbum, You Want it dark. Tem 82 anos  e uma infindável agenda de espectáculos.
Bob Dylan recebeu o Prémio Nobel de Literatura aos setenta e cinco anos. 
Muitos outros cantores poderiam ser citados. Entre eles , Carlos do Carmo, um grande fadista português de 76 anos, que continua a premiar-nos com a sua voz. 
Fomos, porém,  no rasto de um carismático cantor mais jovem , nascido no Texas , norte americano, que tem uma carreira  de sucessos marcantes no repositório musical internacional , Meat Loaf. Com sessenta e nove anos, muitas das suas peças musicais constam da banda sonora de alguns filmes. Além de cantor, é também actor, com relevantes participações em filmes e peças musicais da Broadway
Ei-lo , na célebre canção   "For Crying Out Loud", num espectáculo de 2012.

E, agora, a interpretação da mesma canção em 1977, ano do lançamento do Álbum   Bat Out of Hellonde está  incluída.
"Meat Loaf estava a cantar um dos maiores sucessos da longa carreira musical, "I'd Do Anything For Love", quando se dobrou e caiu em palco, durante um concerto em Edmonton, no Canadá." JN, 17.06.2016
Meat Loaf, em " I'd do anything for love", na Grande Gala do Disco , em 1993.

sábado, 29 de outubro de 2016

Um novo começo para o Mundo


Teoría del sujeto, 1982
El ser y el acontecimiento, 1988
Elogio del amor, 2011

Aunque Badiou es de un pensamiento matemático y sus libros mantengan las reglas clásicas del discurso, toca todos los temas, desde el amor, en su Elogio del amor, hasta el tema fundamental de su último libro (La vraie vie, Fayard 2016), ¿qué es la verdadera vida, cómo accedemos a la vida buena? De ahí podremos deducir que si elegimos lo que sería verdadero, podríamos estar en el proceso de una transformación fundamental. Si para Marx la filosofía no solo debía explicar el mundo sino transformarlo, para Badiou solo se transforma si nosotros lo hacemos con él. Es el tema de sus reflexiones, “filosofar es buscar, dentro de las circunstancias de una época, el tema obsesivo de la verdad”. De hecho, la modernidad en Occidente rompió con la tradición, aquella del mundo antiguo, de castas, noblezas, monarquías heredadas, obligaciones religiosas, ritos iniciáticos de la juventud y sometimiento de mujeres iniciado en el Renacimiento, consolidado en el Siglo de las luces, y materializado con esta larga profusión de tecnología y medios de comunicación que libran un combate político entre el capitalismo globalizado y las ideas colectivistas y comunistas que han abortado varias veces.
La ruptura radical con la tradición rompió, apenas en tres siglos, miles de años de organización de la sociedad, dando lugar a “una crisis subjetiva”, cuyo aspecto más visible es la incapacidad de la juventud para saber orientarse en su tiempo, explica Badiou. Estamos en un mundo donde el 10% de la población mundial posee el 86% del capital disponible, 50 millones no posee estrictamente nada. La famosa frase thacheriana (no podemos hacerlo de otra manera) es una tautología que condena al ostracismo a la población mundial. Para Badiou, lo que este “monstruoso capitalismo” pretende es que una persona consuma mientras pueda, y sino, que se quede quieta. Esta verdad de polichinela impone a los más viejos a ser eternamente jóvenes (“para consumir se necesita estar siempre jugando con objetos nuevos”) a mujeres y hombres, (síndrome Peter Pan o la prematura vejez de un Rimbaud) al desarraigo. Las mujeres somos adultas desde la niñez, señala Badiou, objetos sexuados desde la pubertad, encerradas en una inmanencia castradora que no desaparece ni squiera con el matrimonio, un rito iniciático que ha perdido todo su valor simbólico. El hombre está también atrapado por su parte en esa figura absoluta del Único, que sirve para consolidar un sujeto autista, pasivo, incapaz de pasar a la edad adulta. En cambio, el “devenir mujer”, tema del que también trata este libro, aunque con pinzas, es devenir la “parte maldita” de la existencia como decía Bataille, encerrada en la noción binaria de madre-puta, ser mujer es muchas veces una necesidad de amor, entre lo puro y lo impuro, el eterno femenino y la construcción constante de identidad. Este proceso se enfrenta a las fauces del capitalismo devorador, empujando a las mujeres a imitar al Único, al gran hermano, con la misma voracidad consumista y el mismo ánimo de competencia. Una vida desprovista de Idea, sin ideas, que busca aturdir y sumir a la gente en un sopor continuo, necesita según Badiou, hacer que desaparezca de la vida todo ejercicio del pensamiento, la gratuidad del gesto que no encuentra su lugar donde solo el valor mercantil. Una vida sin creatividad, con un mundo simbólico fagocitado, sin poesía, repetitivo, es en suma, el resultado de esta homogenización planetaria. Por eso, todo nuevo punto de partida no será para Badiou biológico, ni social, ni jurídico (las mujeres que consideramos suficiente que se dicten leyes), sino que deberá estar ligado a la creación simbólica, a un cambio de subjetividad, pero sobre todo, será un gesto ligado a las aventuras de la filosofía y el pensamiento. Las mujeres, que deberán inscribir la maternidad en un plano que no sea solo la animalidad reproductiva, evitar caer en el misticismo, son las invitadas a este banquete platónico que se puede celebrar si somos capaces de asistir a esta aventura. Para Badiou serán justamente las mujeres las que trazarán el camino entre la tradición y lo contemporáneo dominante, abrirán brecha entre el matorral. Una nueva mujer que quizás sea un nuevo comienzo para una vida distinta en el planeta." , Babelia, El País, 26 OCT 2016 - 15:22

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

As palavras não se rendem

Há dias em que o lápis não tem jeito. É o papel que se tornou áspero, é a mão que não o apanha, é o dia que complica e a luz  que não basta. Esconde-se. E, atordoado, rejeita qualquer uso. 
As palavras, que se encarreiravam já perfiladas para a acção, recolhem-se circunspectas, em abstinência imposta.  A falta que lhes faz um passeio,  em jogos de composição, que um bom lápis sabe arquitectar.
O dia esmorece-lhes sem que tenha despontado. O tempo recua ao silêncio do abandono. Cinzento e pesado, estreita qualquer passagem. Prolonga-se, então, a saudade de  outros dias. 
As palavras não se rendem. Há sempre um outro amanhã num hoje silenciado por um qualquer lápis.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Monchique, o outro rosto do Algarve

O Algarve é o último recanto do sul de Portugal. Diverso e formoso, multiplica-se por diferentes paisagens onde o Mar domina a costa e a serra o interior. 
Rica e variada, a zona serrana algarvia enche-se de verde e  de um património natural e cultural que é a memória ancestral de um passado histórico singular.
Monchique e o seu concelho são a imagem  desse insigne passado que encanta e provoca quem os visita.
Eis algumas ( poucas) imagens de um dia vivido em Monchique. 









 

























quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Música para os tempos difíceis


Missa in Angustiis in D minor, Nelson Messe (Final)de Joseph Haydn.
Grete Pedersen dirige  Det Norske Blåseensemble & Solistkor Oslo.
A  Missa in Angustiis ("Mass for troubled times") ou  "Nelson Mass" (Hob. XXII:11) é uma das catorze missas escrita por Joseph Haydn. Uma das seis missas escrita perto do fim da sua vida e que são agora consideradas como o topo da composição litúrgica de Haydn.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Manoel de Andrade arrebatou uma plateia, em Portimão

Manoel de Andrade esteve em Portimão. Partiu para Paris há dois dias, deixando nesta cidade uma plateia arrebatada pelo fulgor das suas palavras e pelo singular manancial de vivências que compõe a sua saga memorialista, registado no volumoso tomo,  Nos Rastros da utopia, uma memória crítica da América Latina nos anos 70.
Manoel de Andrade, o escritor e poeta, proferiu duas palestras nesta cidade. A primeira aconteceu na Tertúlia que junta diversos amigos , desde há longo tempo. Aí, o poeta redesenhou o seu percurso poético e as causas que originaram o seu exílio  na época dura do Golpe Militar, no Brasil.
Num discurso fluido e numa abordagem capitosa, Andrade fez do tempo uma verdadeira  tela de grandes acontecimentos em que cada um se sentiu em profunda comunhão com a voz que a legendava.  
Quer na Tertúlia, entre amigos e leitores, quer na Biblioteca Municipal Manuel Teixeira Gomes, este escritor brasileiro realizou duas  excelentes palestras. Dois grandes eventos literários que marcaram quem os vivenciou. 
Manoel de Andrade cativou. A sua poesia de resistência, inserta no célebre livro bilíngue Poemas para a Liberdade,   ecoou  com a força da voz clara de quem a escreveu. Um momento de intenso prazer que trouxe ao local o rodopiar libertário da Utopia.
De  Cantares, um  livro de poemas mais recente, extraiu para declamar , com  lírica sonoridade, o poderoso poema Por que cantamos que despertou no público o curioso e irrecusável desejo pela descoberta integral da obra.
Manoel de Andrade visitou Portimão. Trouxe a obra e o homem que a construiu. A cidade agradece-lhe.
Ao poeta, ao bardo errante dos anos 70 , ao escritor e jornalista, ao homem, ao amigo o nosso bem-haja.